Quando a música pergunta o quanto velha é minha alma
Pergunto-me até onde fui
Quantas vezes suspirei.
Até onde consegui fingir?
Certamente, se eu soubesse a idade da minha alma
Estaria completamente arrependida por tanto tempo
Longe de momentos que me fizeram bem
E até onde vai a idade da alma?
Até quando sentirá o gosto
O cheiro, até quando terá vontade?
A idade do corpo se mostra nos fios brancos
Na pele ressequida do tempo
Nos lábios frios
Mas a idade da alma pode levar um bom tempo
Para chegar ao estado final
Porque ela se auto alimenta
De sonhos, momentos, pessoas...
E há sempre um recomeço, porque ela é mais forte.
Sobrevive a outonos sem flores e invernos congelantes
Aguarda a primavera para começar de novo
E no verão ganha forças para juntar todas as lembranças e protege-las
do próximo inverno
Para que a estação mais cruel não atinja o calor dos
sentimentos
E estes se libertem ao abrir da primeira pétala.
Essa é a idade da minha alma.