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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Uma carta

Se fossem palavras dispostas em um papel
Não seria o som das minhas palavras
Mas seria a verdade
A verdade sem nenhum medo
Sem esperar um desvio de olhar
Sem cair
Sem replicar
Apenas a verdade
Diria o que quero dizer
Mas não sentiria o que quero sentir
Se mandasse uma carta teria um ponto final
Mas se falasse para os seus olhos
Teria o acréscimo de um momento.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Haikai

Acabou o amor?
Se perdeu no tempo
Que o congelou.
De tanto querer ser infinito
Virou lamento
Findando seu lado bonito.
Como nos romances marcantes
Esfriou quando os olhares
Já não brilhavam como antes.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

"How old is your soul?"

Quando a música pergunta o quanto velha é minha alma
Pergunto-me até onde fui
Quantas vezes suspirei.
Até onde consegui fingir?
Certamente, se eu soubesse a idade da minha alma
Estaria completamente arrependida por tanto tempo
Longe de momentos que me fizeram bem
E até onde vai a idade da alma?
Até quando sentirá o gosto
O cheiro, até quando terá vontade?
A idade do corpo se mostra nos fios brancos
Na pele ressequida do tempo
Nos lábios frios
Mas a idade da alma pode levar um bom tempo
Para chegar ao estado final
Porque ela se auto alimenta
De sonhos, momentos, pessoas...
E há sempre um recomeço, porque ela é mais forte.
Sobrevive a outonos sem flores e invernos congelantes
Aguarda a primavera para começar de novo
E no verão ganha forças para juntar todas as lembranças e protege-las do próximo inverno
Para que a estação mais cruel não atinja o calor dos sentimentos
E estes se libertem ao abrir da primeira pétala.

Essa é a idade da minha alma.
                                                                                    (Jason Mraz  I Won't Give Up)

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Eu, fotografia.


Ele me olhava... eu dormia
Ele me observava como quem vê fotografia
E quando ele sorria, o brilho clareava a imagem que era minha
E quando em mim chovia
Eram suas lágrimas que corriam
E quando na fotografia à beira de um lindo lago eu me escondia
Parava para pensar
Pensava em não parar
E ele continuava com seus olhos de lago negro
Quando o vento soprava
Era um sussurro, seu segredo
O tempo fazia atalhos, eu voava
Ele deslizava suavemente as mãos entre os cabelos
Parecia bem, parecia cedo...
Mas foi tarde... eu, fotografia
Mal percebia a realidade que havia
Virei página esculpida
Que conta a história de um amor herdeiro
Dos sonhos de uma vida.