Conte -me as vinte e quatro horas dos dias do ano
De todos os dias os segundos
E da terra os giros do sopro do mundo
Janelas fechadas e o tempo pedindo para passar
No céu de laranja talhada em curvas no ar
Meio turva nos arranha-céus
A luz que brilha não tem alma
E a alma está perdida, dentro das janelas fechadas
Como o sinal que te diz para aguardar
Enquanto a vida passa sem calma
O mundo não se dispõe a parar
O tempo torna relativa a existência
La no topo do céu as linhas retas e perpendiculares
Não se tocam, assim como não se tocam os olhares
Não se falam, assim como as bocas e a vaidade
E como santos julgamos loucas
As pessoas de verdade.
Por detrás da sua cortina há um muro
E logo depois o céu escuro
E em seguida a vida
Junto a ti o sol corre
Enquanto você fica olhando a cortina
Que te olha enquanto você morre.